“O tempo passa, o tempo voa....” ops! Estou copiando uma
propaganda (do antigo Bamerindus).
Apenas nasci em Morro Agudo – SP. Com menos de um ano,
comecei minha vida de ANDANTE (em função do meu pai ser pastor e depois eu ser
auditor em um banco). Não posso dizer que é minha terra natal (MORRO AGUDO-SP),
pois não tenho nenhuma lembrança daquele lugar (apesar de meus avós, tios e
minha mãe serem de lá).
Nestas andanças, conheci 152 cidades em todo o Brasil.
Morei em 18 cidades e em seis estados. Como auditor de banco, visitei (no mínimo
quinze dias em cada cidade... as vezes, por meses), foram 80 no total. Até
aqui, posso dizer conhecer cada lugar (é diferente de fazer turismo). A
diferença (54 cidades), conheço apenas por passeio (na maioria morando próximo,
então, com mesma característica).
Qual o lado bom? Uma vez, um “parente, por parte da
esposa”, disse que pedra que muito rola, não cria limo. Eu discordei, pois acho
que agrega limo de cada lugar que ela (pedra) passou. Adquire-se conhecimento e
amigos.
O lado ruim ? Em cada lugar (no meu caso,.... muitas
cidades), sempre seremos FORASTEIROS. Em todas, a característica marcante é a
do BAIRRISMO, então, as vezes gerava polêmica.
Em discussões, exemplificado a cidade em que moro
(reforçando, não é privilégio daqui, em todas as cidades tem o mesmo perfil
nesse aspecto), em uma discussão eu argumentei : Bom, a cidade foi realmente
criada por imigrantes italianos, isto não quer dizer que sejam os donos do
lugar. Argumentava (ARGUMENTO), eu tenho 50 % de sangue italiano (dos que foram
para São Paulo*), 25 % de sangue português, 12,5 % indígena e 12,5 % afro, então
vejamos (sempre argumentando): Os primeiros nesta terra (cidade em que moro),
foram INDIGENAS, depois os portugueses, depois italianos que fundaram e eram
maioria em apenas 100 anos. Como sempre debochado, eu dizia então que por origem,
eu SOU MAIS DONO DAQUI QUE....
(*) Deixo
aqui um registro, italianos que vieram para o Sul, foi graças a D. Pedro II que
queria povoar a região (Sul). Concedeu terras ou vendeu a perder de vista. Não
só os da Itália, mas de outros países europeus. Por isto, para melhor
entendimento, existe realmente uma diferença cultural no Sul (sem preconceito...).
Os italianos (falando da minha origem), que foram de São Paulo para cima,
vieram substituir escravos afros. Então, mesmo com a origem italiana, existe
uma grande diferença na imigração.
A partir de 1985,
foi o lugar que mais cresceu no BRASIL. Considerando desde os indígenas,
tirando os 100 anos, hoje não se pode dizer que a predominância seja italiana.
A cidade conta hoje com mais de 250.000 habitantes. Com absoluta certeza não
predomina a cultura italiana. Não podemos fechar os olhos para a história, foi
fundamental e importante para a cidade, por outro lado, aqui (ou em qualquer
lugar), não se pode julgar ser dono da terra e nem chamar discriminar os que vieram
depois (...os forasteiros) aqui usado o termo VINDOURO. Já ouvi absurdo que “....
nós permitimos que morem aqui...” ora, ora....
Assim é com outras cidades, em especial as que eu já
morei. Uma delas, fundada em 1922, não completou ainda o CENTENÁRIO. É
praticamente nova. Sua formação se deu em função política, que determinaram
passar a ferrovia, criando a estação ferroviária e formada pelas cidades limítrofes
(inicialmente), sem esquecer os imigrantes árabes, que foram fundamentais na
formação da cidade. Alguém (do lugar e de origem árabe), perguntou-me se eu
sabia a história desta imigração (árabes para o sul de Goiás). Não pude “bater
o martelo”, infelizmente é uma história com muito pouca escrita, pelo menos na
NET.
Também, nesta cidade (estou omitindo nomes de cidades,
mas quem quiser saber em off, tiver interesse na história sem maquiagem ou
omissão, estou a disposição para conversar), hoje sua maior população é
diversificada. Infelizmente, como em qualquer lugar, tratam pessoas de fora
(esquecendo-se que muitos são de fora, ou seus pais vieram de fora), como
FORASTEIROS.
Como senti isto na “carne”, também falo do lado ruim para
a cidade. Nesta de 1922, um FORASTEIRO montou sua indústria no lugar. Patrocinava
o clube de futebol local. Foi prefeito
(ou candidato). Em uma eleição, acredito em 1993, o relegaram a segundo
plano, por ser FORASTEIRO. O que ele fez ? Fechou a indústria no lugar e abriu
em outra cidade. Deixou de patrocinar o clube de futebol..... pois é.....
Bom gente, é quase que um desabafo de um VINDOURO ou
FORASTEIRO, que insisto em dizer não existir dono da TERRA (dono da verdade,
omissos em partes da história, etc.). Pensando assim, digo que donos mesmos,
foram os indígenas (hoje quase que dizimados). Para ESTES PRETENSOS DONOS eu
digo só o seguinte: O único chão (terreno) que podemos (ou poderíamos.....rsrsrs)
dizer ser nosso, é aquele que tem SETE PALMOS. Afinal, vamos fazer “parte dele”....rsrsr.
“... DO PÓ, AO PÓ”.... Eclesiastes 12:7.
MOACYR LUIZ DA SILVA – O FORASTEIRO e “CUSTOSO”..rsrsr
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